Precisamos Ficar Putos!
Um escândalo.
Não só o próprio espancamento que jovens de classe média aplicaram nessa mulher, dona Sirlei. O que deixa tudo ainda mais grave é uma ensurdecedora falta de indignação diante da "justificativa" que os tais boçais apresentaram: "pensávamos que era uma prostituta".
O delegado chegou a relatar essa "desculpa" para a imprensa, e a condenou. Mas com uma falta de veemência que parecia que os tais débeis mentais haviam apenas cometido um "equívoco", um "erro de avaliação".
Não dá pra deixar de comparar com o caso do João Hélio, da comoção propagada, da exploração político-conservadora que fizeram daquele bárbaro episódio, usando-o como "justificativa" para a ampliação do Estado penal, da criminalização da pobreza e da moralização militar dos "maus costumes" - a velha ode à repressão, máscara de chumbo da opressão, caricaturada na construção das instituições reprodutoras: os presídios, os manicômicos, as polícias, os tribunais, as fábricas, os conventos, as famílias, as escolas, as academias, as universidades et caterva.
Agora, quase ninguém se pronuncia. O silêncio desses moralistas, positivistas xiitas, disciplinadores fetichistas e controladores perversos é produtor de novas mortes, tais e quais.
E há uma questão sexual seriíssima em jogo. O sexo detonando uma violência torpe, bárbara, troglodita, premeditada, com requintes altíssimos de crueldade.
Estamos muito mal na fita: nossa sociedade, em todas as classes e segmentos, está autorizando o espancamento de prostitutas, num conservadorismo genocida. Há muito pouca gente puta da vida com esse silêncio.
Não só o próprio espancamento que jovens de classe média aplicaram nessa mulher, dona Sirlei. O que deixa tudo ainda mais grave é uma ensurdecedora falta de indignação diante da "justificativa" que os tais boçais apresentaram: "pensávamos que era uma prostituta".
O delegado chegou a relatar essa "desculpa" para a imprensa, e a condenou. Mas com uma falta de veemência que parecia que os tais débeis mentais haviam apenas cometido um "equívoco", um "erro de avaliação".
Não dá pra deixar de comparar com o caso do João Hélio, da comoção propagada, da exploração político-conservadora que fizeram daquele bárbaro episódio, usando-o como "justificativa" para a ampliação do Estado penal, da criminalização da pobreza e da moralização militar dos "maus costumes" - a velha ode à repressão, máscara de chumbo da opressão, caricaturada na construção das instituições reprodutoras: os presídios, os manicômicos, as polícias, os tribunais, as fábricas, os conventos, as famílias, as escolas, as academias, as universidades et caterva.
Agora, quase ninguém se pronuncia. O silêncio desses moralistas, positivistas xiitas, disciplinadores fetichistas e controladores perversos é produtor de novas mortes, tais e quais.
E há uma questão sexual seriíssima em jogo. O sexo detonando uma violência torpe, bárbara, troglodita, premeditada, com requintes altíssimos de crueldade.
Estamos muito mal na fita: nossa sociedade, em todas as classes e segmentos, está autorizando o espancamento de prostitutas, num conservadorismo genocida. Há muito pouca gente puta da vida com esse silêncio.