quarta-feira, abril 25, 2007

Sobre "O Céu de Suely"

O trailer espanta, mostrando cruz a Satanás. Foi fui preciso ser convencido pela boa dica, confiável opinião.

De: “O Sertão está em todo lugar. Sertão é onde homem tem de ter a dura nuca e mão quadrada”.

E continua Riobaldo: “Estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se for de jagunço, mas a matéria vertente”.

O céu de Suely é o sertão do qual o Sul Maravilha conhece boa parte. É o sertão do forrogode, dos moto-táxis, dos motéis de beira, caça-níqueis, rádio FM, adultério vingado a faca, o imperioso comércio de migalhas. Quente feito a panela do demo. Vida de periferia.

O corpo de Hermila não vai ao cinema, não gosta de samba, não vai à Ipanema. A camisa velha furada, a saia curta apertada-quase-rasgando: uma sensualidade que o par de peitos empinados escancara. Quente feito, sendo que corpos também enxugam gelo.

O tesão é a matéria vertente. E não precisa escancarar e apelar ao óbvio vendível. Hermila compartilha prazer conosco, mas também o desprazer, quando o suor escorre calado por ar-condicionado.

Esse Nordeste está se deslocando do mapa. E viva o astral dos novos brasileiros.